Cirurgia bariátrica de Thais Carla: mãe, modelo e o debate sobre body positivity

set, 27 2025

Motivações e controvérsia

Thais Carla, 33 anos, construiu sua carreira defendendo o direito de todos os corpos serem celebrados nas redes. Com mais de 3,5 milhões de seguidores, ela mostrava looks, rotinas de treino e reflexões sobre a autoaceitação. Em 28 de abril, porém, o casal anunciou que ela havia passado por uma cirurgia bariátrica para melhorar a saúde.

A notícia caiu como bomba. Muitos admiradores – que viam na influenciadora um exemplo de resistência ao padrão magro – acusaram‑a de hipocrisia. Comentários como “defendeu a obesidade a todo custo” e “nos fez acreditar numa mensagem e depois mudou de ideia” inundaram as postagens. A reação rápida mostrou o quão arraigado está o tema da forma corporal nas discussões digitais.

Thais respondeu em vídeo, dizendo que a decisão não foi tomada de forma impulsiva. “Eu fiz isso pelas minhas filhas. Quero estar presente, saudável, ter energia para viver ao lado delas”, explicou. Ela destacou que, antes da intervenção cirúrgica, já havia perdido cerca de 30 kg com dieta e exercícios, demonstrando que não foi um salto repentino, mas parte de um processo maior.

Alguns seguidores ainda defenderam a escolha, lembrando que a liberdade de cuidar do próprio corpo deveria ser respeitada, independentemente da mensagem anterior. “Nunca é tarde para se cuidar”, escreveu um fã, enquanto outro desejou “uma recuperação leve e muitos momentos felizes ao lado das meninas”.

Impacto e perspectivas

Após o procedimento, Thais se afastou das redes por quase um mês, tempo que ela usou para recuperação e acompanhamento médico. Recentemente, fez sua primeira aparição pública durante uma viagem, onde falou emocionada sobre as mudanças físicas e psicológicas que vivenciou.

O caso reacendeu o debate sobre a linha tênue entre promoção da aceitação corporal e a responsabilidade de alertar sobre riscos de saúde associados à obesidade grave. Especialistas em nutrição apontam que a cirurgia bariátrica, quando indicada, pode melhorar comorbidades como diabetes, hipertensão e apneia do sono, mas exige acompanhamento multidisciplinar.

Para Thais, o próximo passo é mostrar que é possível conciliar a luta pela representatividade com cuidados médicos. Ela planeja compartilhar sua rotina de acompanhamento nutricional, sessões com psicólogo e adaptações no dia a dia, oferecendo um panorama mais completo do que envolve viver após a cirurgia.

O apoio que ela recebeu de parte da comunidade demonstra que, apesar das críticas, há espaço para narrativas que abraçam tanto a celebração da diversidade quanto a busca por qualidade de vida. O futuro da influenciadora parece agora ligado a uma nova missão: usar sua voz para desmistificar procedimentos de saúde e incentivar escolhas conscientes, sem perder a essência de quem sempre foi.