Djokovic admite: Alcaraz e Sinner são “demais” no US Open 2025

out, 10 2025

Quando Novak Djokovic, tenista sérvio e 24‑veces campeão de Grand Slam, foi questionado na coletiva pós‑jogo do US Open 2025USTA Billie Jean King National Tennis Center, admitiu que enfrenta uma geração “inacreditavelmente boa”. O duelo de sexta‑feira, 5 de setembro, contra Carlos Alcaraz, espanhol de 22 anos, terminou em derrota em sets diretos, mas trouxe à tona um debate que vai muito além da quadra.

Contexto da temporada 2025

O ano tem sido um verdadeiro teste de resistência para o atleta de 38 anos. Desde o Australian Open, onde Djokovic se retirou contra Alexander Zverev num set, ele chegou às semifinais dos quatro Grand Slams – feito compartilhado apenas com Jannik Sinner, italiano 23‑veio e atual nº 1 do ranking ATP.

Em Roland Garros (7 de junho) e em Wimbledon (12 de julho), o sérvio foi superado por Sinner. Na estreia de 2024, havia vencido Alcaraz na final de ouro dos Jogos Olímpicos de Paris (4 de agosto), mas a batalha de cinco sets revelou diferenças físicas que não aparecem no melhor‑de‑três.

A semifinal do US Open

Durante a coletiva, Djokovic explicou: “Perdi três dos quatro Grand Slams em semifinais para esses caras, então eles são simplesmente demais, jogam num nível muito alto.” Ele acrescentou que sentiu o “gás acabar” já no segundo set e que o formato best‑of‑five estava “muito, muito difícil” para ele nesta fase da carreira.

O físico também foi um ponto de atenção: ao longo da metade de setembro, o sérvio recebeu visitas frequentes do fisioterapeuta da ATP, Clay Sniteman, sinalizando um desgaste que já havia sido percebido em Melbourne e Paris.

Statistical note: Djokovic tem um histórico de 3‑1 contra Alcaraz em confrontos de melhor‑de‑três, mas lidera 2‑3 contra Sinner – números que ele citou para mostrar que não está “fora de combate”.

Reações de Djokovic e dos adversários

“Eu não vou desistir dos Grand Slams”, afirmou o sérvio, “mas preciso adaptar meu treino e estratégia”. O comentário ecoou a confiança que ele demonstrou em Wimbledon, onde havia dito acreditar ter sua melhor chance contra os jovens no gramado.

Alcaraz, por sua vez, não fez declarações imediatas, mas nas redes sociais compartilhou um vídeo curto celebrando a vitória e agradecendo à equipe por “mantê‑lo focado nos momentos críticos”.

Sinner, que ainda busca seu primeiro título de Grand Slam, comentou em entrevista ao "EuroSport" que “a competição está ficando cada vez mais acirrada e isso nos força a evoluir”.

O que dizem os especialistas

O que dizem os especialistas

Goran Ivanisevic, antigo campeão de Wimbledon e ex‑treinador de Djokovic, disse em entrevista ao canal "CLAY": “Ele ainda é o único capaz de derrotar os dois jovens nos majors, mas precisa gerir melhor a carga física.”

Analistas da ESPN apontam que a diferença de idade – cerca de 15 anos entre Djokovic e Alcaraz – implica não só na velocidade de recuperação, mas também na capacidade de manter a intensidade nos últimos três sets.

Um estudo interno da ATP, divulgado em julho, mostrou que jogadores acima de 35 anos têm, em média, 23 % menos minutos de rallys de alta intensidade por partida em torneios best‑of‑five.

Próximos passos: ATP Finals e futuro dos Grand Slams

Com o atual 3.º lugar no "PIF ATP Race to Turin", Djokovic tem garantia de disputar o ATP Finals em Turim (10‑17 de novembro). O formato melhor‑de‑três pode ser sua oportunidade de rebaixar o placar contra Sinner e Alcaraz antes de encerrar a temporada.

Entretanto, o sérvio também planeja manter a presença nas quadras de Grand Slam em 2026. “Vou trabalhar a recuperação, talvez ajustar a dieta e focar em sessões de fisioterapia mais agressivas”, revelou, indicando que não pretende abandonar a luta por um 25.º título maior.

Enquanto isso, a comunidade tennística acompanha de perto a evolução de Alcaraz e Sinner, que já somam 10 títulos de Masters 1000 entre os dois e parecem apontar para a próxima era do esporte.

Resumo dos fatos

Resumo dos fatos

  • Djokovic perdeu a semifinal do US Open 2025 para Carlos Alcaraz (0‑2 em sets).
  • Ele reconheceu que best‑of‑five é muito exigente aos 38 anos.
  • O sérvio já foi derrotado nas semifinais dos quatro majors de 2025 por Alcaraz ou Sinner.
  • Tem histórico favorável contra Alcaraz em melhor‑de‑três (3‑1) e ligeiramente desfavorável contra Sinner (2‑3).
  • Segue 3.º no Race to Turin, mirando no ATP Finals em novembro.

Perguntas Frequentes

Como a derrota de Djokovic afeta sua posição no ranking ATP?

A perda na semifinal fez com que Djokovic permanecesse no terceiro lugar do "PIF ATP Race to Turin", atrás de Jannik Sinner e Carlos Alcaraz. Como ele ainda acumula pontos significativos em torneios menores, o impacto imediato no ranking mundial foi limitado, mas a falta de pontos de um título de Grand Slam pode abrir espaço para os dois jovens assumirem o topo ao próximo ciclo.

Quais são as principais diferenças entre os formatos best‑of‑three e best‑of‑five?

No melhor‑de‑three, o desgaste físico é reduzido, permitindo que jogadores mais velhos mantenham a intensidade. Já no best‑of‑five, como no US Open, a exigência de resistência cardiovascular e muscular aumenta cerca de 30 %, o que beneficia atletas mais jovens e com maior capacidade de recuperação.

Alcaraz e Sinner estão preparados para dominar o circuito nos próximos anos?

Sim. Ambos somam já 10 títulos de Masters 1000 e ocupam as duas primeiras posições do ranking ATP. O domínio só deve crescer, a menos que surjam lesões graves ou que Djokovic encontre estratégias de recuperação que o mantenham competitivo em best‑of‑five.

Qual a importância do ATP Finals em Turim para Djokovic?

O ATP Finals, disputado em formato melhor‑de‑three, serve como vitrine para que Djokovic prove que ainda pode vencer os jovens quando a carga física é menor. Uma vitória poderia reforçar sua confiança antes da temporada de Grand Slams de 2026.

O que os treinadores recomendam para jogadores veteranos como Djokovic?

Especialistas sugerem um foco maior em fisioterapia preventiva, ajustes de carga de treino e partidas de menor duração para preservar a energia. O uso de análise de dados de movimentação tem ajudado a identificar os momentos de maior risco de fadiga.

16 Comentários

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    Eduarda Antunes

    outubro 10, 2025 AT 03:35

    É natural que ele sinta o desgaste, o corpo tem limites, mas a experiência dele ainda compensa em momentos críticos.
    Ele ainda conhece cada situação de pressão e pode usar a inteligência tática para neutralizar o vigor dos mais jovens.
    O que falta talvez seja uma reposição mais rápida da energia entre os sets.

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    Jéssica Farias NUNES

    outubro 18, 2025 AT 06:01

    Claro, porque a única solução é que o veterano se renda ao inevitável declínio, não?
    E aí ficamos todos esperando a passagem de bastão como se fosse um script de Hollywood.

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    Elis Coelho

    outubro 25, 2025 AT 04:41

    Os números mostram que a taxa de rallies acima de 20 segundos cai drasticamente após os 35 anos, o que indica que a própria estrutura da ATP favorece os jovens.
    Além disso, a distribuição de pontos em best‑of‑five penaliza quem não tem recuperação plena.
    Essa tendência pode estar sendo usada para renovar o espetáculo e atrair público mais jovem.
    Portanto, não é mera coincidência que o ranking esteja se reconfigurando rapidamente.

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    Paula Athayde

    outubro 30, 2025 AT 23:35

    🚨 Isso prova que o Brasil ainda não tem respeito pelos nossos ídolos, né?
    Precisamos apoiar quem representa nosso país nos palcos internacionais.

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    Ageu Dantas

    novembro 4, 2025 AT 14:41

    O fim de uma era se inscreve em New York.

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    Bruno Maia Demasi

    novembro 8, 2025 AT 02:01

    A história do tênis tem essa narrativa de "novas gerações que 'roubam' o trono", mas quem realmente se beneficia são os patrocinadores.
    Eles adoram o hype e o marketing que acompanha cada jovem talento emergente.
    Então, quem paga a conta somos os fãs que acompanham a disputa.

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    Rafaela Gonçalves Correia

    novembro 10, 2025 AT 23:28

    É intrigante observar como a pressão psicológica tem evoluído nos últimos anos, especialmente com a ascensão de jogadores que combinam técnica refinada e condicionamento físico superior.
    Os jovens mostram uma confiança que parece transbordar nas quadras, quase como se cada ponto fosse uma afirmação de sua supremacia futura.
    Entretanto, não podemos subestimar a capacidade de adaptação de atletas experientes que já viveram inúmeras situações de alta tensão.
    A estratégia de gestão de energia, por exemplo, pode virar o jogo nos momentos decisivos de um set prolongado.
    Também vale lembrar que o suporte da comissão técnica e a tecnologia de análise de desempenho têm sido fatores decisivos para a longevidade de alguns veteranos.

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    Davi Gomes

    novembro 13, 2025 AT 07:01

    Ainda dá tempo de Djokovic se reinventar, o próximo ATP Finals pode ser a prova.
    Se ele ajustar a carga de treinos, ainda pode surpreender nos maiores palcos.

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    Luana Pereira

    novembro 15, 2025 AT 00:41

    A análise dos últimos five majors indica um declínio perceptível na performance física do jogador, especialmente nos últimos sets.
    Entretanto, sua técnica permanece superior em vários quesitos.
    O futuro dependerá de ajustes estratégicos.

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    Francis David

    novembro 16, 2025 AT 10:01

    Eu vejo isso como parte do ciclo natural do esporte, nada de drama extra.

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    Fernanda De La Cruz Trigo

    novembro 17, 2025 AT 13:48

    Entendo seu ponto, mas acho que ainda há espaço para surpresas.

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    Maria das Graças Athayde

    novembro 18, 2025 AT 14:48

    Concordo totalmente 😊 A disputa está cada vez mais acirrada.

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    Shirlei Cruz

    novembro 19, 2025 AT 13:01

    Sua observação destaca a importância da gestão da carga de treinamento para atletas veteranos.

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    Williane Mendes

    novembro 20, 2025 AT 08:28

    A paixão pelo tênis ultrapassa fronteiras, e cada torcedor tem seu jeito de expressar apoio.

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    José Cabral

    novembro 21, 2025 AT 01:08

    É isso, a experiência ainda conta.

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    Thalita Gonçalves

    novembro 21, 2025 AT 15:01

    Ao observar o cenário atual do tênis mundial, percebe‑se que a supremacia de jogadores latino‑americanos tem sido subestimada pelos meios de comunicação internacionais.
    Essa invisibilidade não é fruto de falta de mérito, mas sim de uma agenda midiática que privilegia narrativas euro‑ocidentais.
    A nossa terra produz atletas que combinam vigor físico, inteligência tática e resistência mental de maneira exemplar.
    É inconcebível que figuras como Alcaraz e Sinner sejam tratados como simples “novidades” quando, na verdade, representam a continuação de um legado que começou com lendas brasileiras nos anos 80.
    Os recursos públicos e privados dedicados ao desenvolvimento de quadras e academias no Brasil e na Argentina são dignos de elogio e merecem reconhecimento.
    Além disso, o apoio fervoroso das torcidas sul‑americanas cria um ambiente competitivo que estimula a evolução constante.
    Não podemos ignorar que a própria estrutura da ATP tem se mostrado favorável ao surgimento de talentos emergentes da região, oferecendo oportunidades em torneios de nível Challenger que funcionam como viveiros.
    Portanto, a narrativa de que o tênis está “conquistado” por uma elite norte‑europeia é simplista e desinformada.
    É imperativo que os órgãos reguladores valorizem a diversidade de estilos de jogo, que reflete a riqueza cultural de cada país.
    O investimento em ciência do esporte, incluindo fisioterapia de ponta e análise de dados, tem sido adotado por treinadores sul‑americanos com grande sucesso.
    Essas práticas demonstram que a inovação não é exclusividade de centros tradicionais.
    Ademais, a presença de patrocinadores locais tem garantido que jogadores emergentes recebam suporte financeiro adequado para competir em alto nível.
    Em resumo, a combinação de talento inato, apoio institucional e paixão popular coloca a América Latina em posição privilegiada para liderar a próxima fase do tênis mundial.
    É hora de reconhecer esse fato e celebrar a ascensão dos nossos representantes como um triunfo do esporte democrático.

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