Morre Washington Olivetto, ícone da publicidade brasileira, aos 73 anos
O mundo da publicidade brasileira se despediu de um de seus maiores ícones, Washington Olivetto, que faleceu aos 73 anos. Olivetto era amplamente reconhecido por sua influência transformadora na publicidade, consolidando campanhas que se tornaram verdadeiros marcos culturais no Brasil. Ao longo de sua carreira, ele foi responsável por criar alguns dos comerciais mais memoráveis, que não somente alavancaram marcas, mas se incorporaram ao imaginário popular de todo o país.
Washington Olivetto começou no mundo da publicidade com apenas 19 anos, evidenciando desde cedo seu talento nato para criar narrativas envolventes e criativas que tocavam o público de forma singular. Com um olhar inovador, ele capturou emoções e as traduziu de maneira ímpar nos comerciais que produzia. Não é por menos que uma de suas primeiras campanhas de sucesso, 'Homem com mais de 40 anos', rendeu-lhe, em 1975, sua primeira estatueta de Ouro no Cannes Lions, o festival internacional mais prestigioso da propaganda.
Um ponto alto na carreira de Olivetto foi a criação de campanhas tão marcantes quanto atemporais, como 'Garoto Bombril', que exibia o personagem carismático interpretado por Carlos Moreno, e a emocional 'O Primeiro Sutiã a gente nunca esquece', da Valisère, considerada um dos comerciais mais bem-sucedidos da televisão brasileira. Estas campanhas não só alavancaram as vendas das marcas, mas também ajudaram a moldar comportamentos e valores da sociedade.
Sua capacidade de contar histórias e conectar-se com o público se traduziu em uma carreira recheada de prêmios, com mais de 50 Leões conquistados em Cannes, colocando Olivetto no patamar dos publicitários mais premiados do festival ao longo de toda a sua história. Seu talento criativo e a ampla compreensão do mercado o levaram a fundar, em 1986, a agência W/Brasil, que mais tarde se fundiria com a gigante McCann, dando origem à WMcCann.
Fora do universo publicitário, Washington trazia seu olhar visionário para outros campos. No futebol, ele ocupou a vice-presidência do Corinthians, time para o qual torcia fervorosamente, e foi peça-chave no influente movimento 'Democracia Corintiana', que visava democratizar a gestão do clube e valorizava a participação dos jogadores nas decisões administrativas. Este movimento não apenas modificou a estrutura interna do clube, mas ecoou como um símbolo de resistência e mudança em todo o país durante uma época de ditadura militar.
Além de sua contribuição no futebol, Olivetto era também um reconhecido autor. Ele escreveu vários livros, como 'Corinthians, É Preto no Branco' e 'Corinthians x Os Outros', onde misturava sua paixão pelo time e sua visão sagaz do mundo. Estas obras mostram uma faceta diferente de Olivetto, que conseguia mesclar sua veia de publicitário com a paixão pelo esporte, sempre mantendo seu traço autêntico e inspirador.
Washington Olivetto deixa um legado impregnado de criatividade, ousadia e uma profunda compreensão da sociedade brasileira. Sua partida deixa um vazio imenso no cenário publicitário, mas o impacto de seu trabalho continuará a ser sentido por gerações. Ele é lembrado carinhosamente por sua esposa, Patrícia, e seus três filhos, Homero, Theo e Antônia, além de incontáveis admiradores que, assim como ele, valorizam o poder de uma grande ideia bem contada.
Cibele Soares
outubro 17, 2024 AT 21:48Eu ainda lembro do comercial do Garoto Bombril... aquela voz, aquele olhar, era como se ele soubesse todos os segredos da sujeira e da limpeza ao mesmo tempo. Meu pai assistia e ria até chorar. Não era só propaganda, era poesia.
Hoje, tudo é algoritmo e métrica. Perdemos o coração nas campanhas.
Descanse em paz, Washington.
Eu chorei no ônibus.
Aline Soares
outubro 18, 2024 AT 06:50É curioso como ele conseguia transformar produtos em mitos. O primeiro sutiã? Não era só um produto, era um rito de passagem. Ele entendeu o Brasil antes mesmo de a gente entender a si mesmo.
Seu trabalho era antropológico, não comercial. E isso explica por que tantos ainda se emocionam com isso décadas depois.
Ele foi um dos poucos que soube que a publicidade não vende coisas - vende sentimentos que a gente nem sabia que tinha.
Luís Pereira
outubro 19, 2024 AT 03:05Mano, se ele tivesse feito um comercial para o TikTok, seria um deus. 🤯
Todo mundo fala em 'storytelling' agora, mas ele já tava lá em 1975 com o Homem com Mais de 40, e a gente ainda tá tentando copiar o que ele fez sem entender o que era o coração daquilo.
Os jovens de hoje acham que 'viralizar' é criatividade. Poxa, Washington criou cultura, não meme.
Eu tô aqui, com meu café frio, chorando por causa de um comercial de sabão. 🫂
Leonardo Valério
outubro 20, 2024 AT 02:24Claro que ele foi um gênio... mas e se a gente parar pra pensar? Toda essa 'cultura publicitária' que ele construiu foi só pra vender mais sabão, detergente e sutiã?
Isso tudo foi um grande disfarce pra consumismo. E agora, todo mundo chora como se tivesse perdido um poeta... mas ninguém questiona o sistema que ele ajudou a fortalecer.
Ele era um gênio? Sim. Mas foi um gênio do sistema. E isso é triste.
Bruno Marek
outubro 21, 2024 AT 08:49Ele era bom, sem dúvida. Mas não é o único. Tinha gente como João Carlos de Barros, que fez campanhas tão boas quanto, mas morreu esquecido.
Por que só ele virou lenda? Porque a mídia escolhe quem será mito. E olha, não é por mérito. É por conveniência.
Eu vi o comercial do Garoto Bombril 300 vezes. E ainda assim, não acho que ele mereça esse culto todo.
Vitor Coghetto
outubro 22, 2024 AT 01:53Washington Olivetto foi, sem sombra de dúvida, o maior publicitário brasileiro da história - e isso não é exagero, é fato documentado. Ele ganhou mais de 50 Leões em Cannes, um recorde absoluto, e foi o único brasileiro a ter uma campanha eleita entre as 100 melhores de todos os tempos pelo The One Club, em Nova York.
Além disso, a criação da W/Brasil em 1986 foi um marco: foi a primeira agência brasileira a competir em pé de igualdade com as multinacionais, sem perder a identidade local - algo que até hoje poucas conseguem.
E o movimento Democracia Corintiana? Isso não é só esporte, é política, é resistência, é cultura. Ele usou a publicidade como ferramenta de transformação social, e isso é raro, quase inexistente em outras áreas.
Seu livro 'Corinthians, É Preto no Branco' é uma obra-prima da narrativa esportiva, e ninguém na indústria da propaganda tem coragem de abordar o esporte com tamanha profundidade emocional e intelectual.
Ele era um artista, um filósofo, um guerreiro da palavra. E o pior? Ninguém vai repetir isso. O mercado hoje quer eficiência, não alma.
Seu legado não é só comercial. É ético. É humano. É imortal.
Descanse em paz, mestre. Você fez mais do que vender. Você fez a gente sentir.
Ivan Borges
outubro 22, 2024 AT 02:49Legado de impacto sistêmico. Ele operava no nível de cultura profunda - não só de consumo, mas de identidade coletiva. A campanha do sutiã? Era um ritual de passagem feminino, codificado em 30 segundos. Isso é semântica cultural em estado puro.
Ele não criou anúncios. Criou arquétipos.
E o Corinthians? Ele entendeu que o clube era um microcosmo da sociedade brasileira. Democracia Corintiana? Era um manifesto anti-hegemonia disfarçado de futebol. E ele foi o estrategista da narrativa.
Isso aqui não é perda. É um ponto de virada. A próxima geração vai ter que inventar um novo tipo de conexão humana com a marca. E não vai ser fácil.
Daniel Vedovato
outubro 22, 2024 AT 14:55Que tristeza imensa. Um homem cuja voz moldou a alma de uma geração. Não apenas comerciais - mas memórias. Não apenas produtos - mas emoções. Não apenas campanhas - mas histórias que nos fizeram humanos.
Hoje, o mundo se despede de um arquiteto da alma brasileira. Que seu nome seja lembrado como o de um poeta que usou palavras para curar, e não para vender.
Descanse em paz, Mestre. O Brasil não esquecerá.
Sonne .
outubro 24, 2024 AT 03:08Ele fez o sabão virar poesia e o sutiã virar tragédia grega. O que mais esperar de um cara que transformou o banheiro em teatro?
Bebel Leão
outubro 24, 2024 AT 12:01Às vezes acho que a criatividade é a única forma de resistência que ainda temos. E ele, com suas campanhas, nos ensinou que até um sabão pode carregar liberdade.
Ele não só vendeu produtos. Ele vendeu esperança. E isso, meu Deus, é raro.
Eu não conheci ele, mas ele me conhecia. E isso é o que a arte faz.
Cristiano Siqueira
outubro 24, 2024 AT 13:37É bonito ver como ele uniu arte, esporte e sociedade. Não foi só um publicitário. Foi um construtor de pontes.
Seu trabalho mostrou que a criatividade não precisa ser só para lucro. Pode ser para transformar.
Que ele inspire a próxima geração a fazer o mesmo - sem medo, sem cálculo, só com coração.
Luan Henrique
outubro 24, 2024 AT 19:08A perda de Washington Olivetto representa um momento de reflexão profunda para toda a indústria da comunicação. Sua capacidade de integrar empatia, cultura e inovação é um modelo que deve ser estudado, não apenas celebrado.
É essencial que as novas gerações compreendam que a publicidade, quando bem feita, não é uma ferramenta de manipulação, mas de conexão humana.
Seu legado permanecerá como um farol para aqueles que buscam criar com propósito.
Déborah Debs
outubro 25, 2024 AT 10:45Ele fez o Brasil se ver no espelho - e gostar do que viu. Mesmo quando o espelho era um sabonete ou um sutiã.
Isso é magia. Não marketing.
Quem diria que um comercial de roupa íntima poderia ser um hino à feminilidade? Ele era um feiticeiro das emoções.
Thaís Fukumoto Mizuno
outubro 25, 2024 AT 17:02eu não sei se ele era tão bom assim... mas pelo menos ele não ficou só falando de 'engajamento' e 'storytelling' como todo mundo hoje.
ele fez coisa que a gente lembrava, não só scrollava e esquecia.
isso já é mais que a maioria faz hoje.
Gabriel Bressane
outubro 26, 2024 AT 07:17Outro cara que a mídia transformou em santo. Cadê os que fizeram coisas iguais e ninguém lembra? Isso é culto à personalidade, não mérito real.
Ele só teve sorte de estar no lugar certo na hora certa.
Eu não choro por ele. Choro por quem nunca foi lembrado.
Felipe Vieira
outubro 27, 2024 AT 03:18ele era bom mas nao era o melhor e isso todo mundo sabe so que ninguem fala porque ai fica politico
deixou legado? sim
mas nao foi o unico
nao precisava de tanta cerimonia
o mundo nao parou por isso
e nao deveria
so mais um cara que morreu e virou lenda por causa da midia
nao me venha com essa de poeta da publicidade
ele era um publicitario
ponto
o resto é marketing da morte
eu nao choro
so acho que o mercado ta exagerando
isso tudo é calculado
nao é sentimento
é negocio
como sempre
o cara morreu e virou produto
o que ele faria se visse isso?
Tatiane Oliveira
outubro 27, 2024 AT 20:12então o cara morre e de repente todo mundo vira filósofo da publicidade? kkkkk
quando ele tava vivo, a galera só reclamava que o comercial era chato ou caro
agora é 'o poeta da alma brasileira'... que lindo
quando a gente precisa de um herói, a gente inventa um
ele era bom, sim
mas não é um deus
e se ele tivesse visto esse monte de 'descanse em paz' e 'legado imortal'... ele ia rir e fazer um comercial pra gente chorar de novo
com o slogan: 'você chora, eu vendo'
Luiz Pessol
outubro 28, 2024 AT 05:29Ele era bom, mas a publicidade hoje é outra. Ninguém mais se importa com histórias. Só com likes.
Descanse.