Orquestra da Unicamp celebra Milton Nascimento com concerto recorde

out, 3 2025

Na quinta‑feira, 25 de setembro de 2025, a Orquestra Sinfônica da Unicamp abriu as portas do Teatro de Arena Unicamp para o concerto gratuito “Milton Coração do Brasil”, uma homenagem ao lendário Milton Nascimento. O espetáculo, que começou às 19h, reuniu mais de dois mil espectadores – número raro para a arena universitária – e celebrou a trajetória de mais de 60 anos do cantor e compositor mineiro.

Um tributo que nasce da história da Unicamp

O evento foi idealizado para marcar o ano em que a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) concedeu o título de Doctor Honoris Causa ao músico. Cinthia Alireti, maestrina da Orquestra Sinfônica da Unicamp e diretora artística do projeto, conduziu a orquestra com a mesma sensibilidade que costuma imprimir nas obras de compositores brasileiros.

Quem esteve nos bastidores?

O repertório foi cuidadosamente preparado por Paulo Tínè, coordenador de arranjos, e contou com direção de voz da professora Regina Machado, do Departamento de Música do Instituto de Artes (IA). Além disso, vinte estudantes do curso de Canto Popular do IA subiram ao palco ao lado dos músicos profissionais, numa demonstração de integração entre teoria e prática.

Os músicos em cena

Entre os solistas, destacaram‑se três instrumentalistas convidados: José Alexandre ao contrabaixo, Leandro Barsalini nas batidas e Theo Alves na guitarra. Juntos, criaram uma base rítmica que trouxe nova cor às clássicas composições de Nascimento.

Repertório e emoções

Doze canções foram apresentadas, atravessando três gerações de fãs. O programa incluiu:

  • Beco do Mota
  • Ponta de Areia
  • Paula e Bebeto
  • Fé Cega, Faca Amolada
  • Milagre dos Peixes
  • Viola Violar
  • Clube da Esquina 2
  • Certas Canções
  • Notícias do Brasil / Coração Civil
  • Raça

Embora o vento frio soprasse forte na noite de setembro, o público manteve a energia alta. Muitos levaram cadeiras de praia, outros se acomodaram no chão ou ficaram em pé, decididos a não perder nenhum verso.

Reações do público e dos organizadores

Reações do público e dos organizadores

“Faz tempo que não víamos um público tão caloroso, tantas pessoas vindo a um concerto acadêmico, tudo foi muito além do que estávamos esperando”, declarou Cinthia Alireti ao final da última canção. A professora Regina Machado acrescentou: “Apresentar canções que atravessam gerações e que se ressignificam é fundamental para a canção popular brasileira, ainda mais considerando o título honorário que o Milton recebeu da Unicamp.”

Por que isso importa?

Além de celebrar a obra de Milton Nascimento, o concerto reforça o papel da Unicamp como ponte entre academia e cultura popular. O Instituto de Artes tem intensificado projetos que colocam estudantes ao lado de artistas consagrados, fortalecendo a cena musical paulista e nacional. Em paralelo, o músico recebeu recentemente homenagem da escola de samba Portela, em Rio de Janeiro, mostrando que sua influência atravessa fronteiras regionais.

Próximos passos e legado

O sucesso do “Milton Coração do Brasil” abre caminho para novos projetos de homenagem a outros ícones da música brasileira. A diretora Cinthia Alireti já sinaliza que a orquestra pretende montar um ciclo de concertos dedicados a compositores como Chico Buarque e Caetano Veloso nos próximos anos.

Informações para quem quiser saber mais

Para detalhes sobre a programação do Instituto de Artes ou futuras iniciativas da Orquestra, basta enviar e‑mail para [email protected]. A cobertura fotográfica ficou a cargo de Antonio Scarpinetti e Antoninho Perri, com edição de imagem de Paulo Cavalheri. Também houve participação de Madu Ferreira, do site digitais.net.br.

Frequently Asked Questions

Frequently Asked Questions

Como o público respondeu ao concerto?

O público reagiu com entusiasmo extremo: mais de dois mil pessoas compareceram, muitas com cadeiras de praia, e aplaudiram vigorosamente cada faixa, mesmo com o frio e o vento que marcaram a noite.

Qual a importância do título de Doctor Honoris Causa para Milton Nascimento?

O título, concedido pela Unicamp em 2024, reconhece a contribuição de Milton para a cultura brasileira. O concerto buscou homenageá‑lo musicalmente, algo que a universidade não pôde fazer na cerimônia oficial.

Quem foram os principais responsáveis pela produção musical?

A condução ficou a cargo da maestrina Cinthia Alireti. A direção de voz foi de Regina Machado, e os arranjos foram coordenados por Paulo Tínè. Participaram também estudantes do Instituto de Artes.

Quais foram as canções mais elogiadas?

“Clube da Esquina 2” e “Milagre dos Peixes” geraram forte emoção, com o público cantando junto. “Beco do Mota” também foi destaque pela sua energia rítmica e arranjo orquestral.

Quais são os planos futuros da Orquestra Sinfônica da Unicamp?

A diretora Alireti indica que a orquestra pretende lançar um ciclo de homenagens a outros mestres da música brasileira, como Chico Buarque e Caetano Veloso, além de projetos de colaboração com artistas internacionais.

19 Comentários

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    Marcus Ness

    outubro 3, 2025 AT 08:16

    Parabéns à Unicamp por colocar a música popular brasileira no centro do cenário acadêmico. Essa iniciativa reforça o compromisso da instituição com a cultura nacional, algo que muita gente ainda subestima. Quando universidades promovem eventos gratuitos, democratizam o acesso à arte e despertam novas gerações de apreciadores. O fato de ter atraído mais de dois mil pessoas mostra que há um público ávido por esse tipo de experiência.

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    Andreza Tibana

    outubro 5, 2025 AT 04:43

    Tá bom ver a galera se aglomerando lá, mas confesso que achei meio clichê o jeito de chamar de "homenagem" quando na real a Unicamp tá precisando de mais projetos assim, não só um evento espetacular. O frio tava de rachar, então a galera trouxe cadeiras de praia, parece até festa de verão no campus. No fim, acabou sendo legal, mas falta mudar o padrão de só fazer coisa grande uma vez por ano.

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    Erisvaldo Pedrosa

    outubro 7, 2025 AT 01:10

    A perspectiva que vc tem é superficial, pois reduz a obra de Milton a um mero espetáculo efêmero. O verdadeiro legado exige uma análise profunda que vá além do brilho das luzes no teatro.

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    Rodrigo Júnior

    outubro 8, 2025 AT 13:16

    Concordo que o evento foi marcante, porém é essencial que essa energia seja canalizada para iniciativas contínuas. A presença de estudantes ao lado de músicos consagrados demonstra que há espaço para a integração entre teoria e prática. Incentivar projetos regulares pode transformar essa experiência única em um ponto de partida para novos talentos. Precisamos garantir que a universidade mantenha esse compromisso ao longo dos próximos anos.

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    Marcus Sohlberg

    outubro 9, 2025 AT 17:03

    Olha, eu sempre me pergunto se essa homenagem não seria só mais um movimento para melhorar a imagem da Unicamp. Enquanto eles se gabam de trazer nomes grandões, a verdadeira cultura underground continua invisível, como se fosse censurada por uma elite que controla o que pode ser ouvido nos grandes auditórios.

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    Samara Coutinho

    outubro 13, 2025 AT 01:36

    É fascinante observar como a música de Milton Nascimento atravessa gerações, funcionando como um elo entre o passado e o presente, e isso se reflete na própria estrutura do concerto que, ao combinar a orquestra sinfônica com vozes estudantis, cria uma ponte simbólica entre a academia e o povo. Cada uma das doze canções apresentadas serve como um capítulo de uma narrativa maior, na qual a melodia se torna portal para memórias coletivas, despertando emoções que vão desde a nostalgia até a esperança renovada.
    Ao analisar o arranjo de "Beco do Mota", por exemplo, percebe-se uma sutileza rítmica que dialoga com as raízes do samba, enquanto a presença do contrabaixo de José Alexandre confere uma gravidade que ecoa os ventos da serra.
    Já "Clube da Esquina 2" demonstra, de forma magistral, como a harmonia pode ser expandida sem perder a essência da poesia de Milton, trazendo à tona novas texturas sonoras que convidam o público a cantar junto, transformando o concerto em um ato de comunhão.
    Não se pode deixar de mencionar a importância da direção de voz da professora Regina Machado, que orientou os estudantes a explorar nuances vocais que, de outra forma, poderiam permanecer latentes.
    Esse tipo de formação reforça a ideia de que a educação musical não deve ser confinada a salas de aula, mas vivida em palcos reais, onde o aprendizado ganha corpo e alma.
    O frio que soprava naquela noite, embora incômodo, acabou criando uma atmosfera quase ritualística, lembrando os velhos bailes ao ar livre, onde a música aquecia os corações.
    Além disso, a escolha de artistas como Leandro Barsalini nas batidas trouxe um elemento contemporâneo, ligando o tradicional ao moderno de maneira fluida.
    Ao final, ao ouvirmos "Milagre dos Peixes", percebemos que a mensagem de esperança e resiliência se materializa não apenas nas notas, mas no próprio gesto de milhares de pessoas que se uniram para celebrar a arte.
    Esse tipo de iniciativa demonstra que a Unicamp tem potencial para ser uma ponte viva entre a academia e a cultura popular, algo que pode inspirar outras instituições a seguir o mesmo caminho.
    Portanto, a relevância desse concerto vai além da mera homenagem; ele se torna um estudo de caso sobre como a música pode ser utilizada como ferramenta de inclusão social e educacional.
    É essencial que esses projetos sejam mantidos e ampliados, pois eles cultivam o respeito pelo patrimônio musical brasileiro enquanto incentivam a inovação.
    Em síntese, o concerto foi um marco que reflete a força da música como linguagem universal, capaz de conectar pessoas de diferentes idades, origens e trajetórias.

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    Thais Xavier

    outubro 14, 2025 AT 05:23

    É o que tem, né?

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    Elisa Santana

    outubro 15, 2025 AT 09:10

    Vamo que vamo, galera! Esse tipo de evento mostra que a Unicamp tá sacando a importância de levar arte pro povo, mesmo quando o vento tá gelado. Continua assim, que a gente vê mais e mais muita coisa boa acontecendo por aqui.

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    Willian Binder

    outubro 16, 2025 AT 12:56

    Um espetáculo que eleva o espírito e ainda faz a gente refletir sobre a beleza da música popular brasileira.

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    Arlindo Gouveia

    outubro 17, 2025 AT 16:43

    A iniciativa da Unicamp ao promover um concerto desse porte demonstra um compromisso genuíno com a difusão cultural. Quando observamos a presença de estudantes do curso de Canto Popular, percebemos que há um esforço deliberado de integrar teoria e prática. Isso cria oportunidades valiosas para a formação de novos talentos, que podem absorver a experiência de músicos consagrados. Além disso, o fato de ter sido gratuito amplia o acesso e democratiza a arte, algo que deve ser encorajado em outras universidades. Por fim, a escolha de um repertório tão diversificado ressalta a riqueza da obra de Milton Nascimento.

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    José Carlos Melegario Soares

    outubro 18, 2025 AT 20:30

    Isso é ótimo, mas não podemos nos acomodar; precisamos de mais projetos como esse para que a cultura não fique restrita a momentos pontuais. A universidade tem recursos, use-os para criar programas de longo prazo. Sem isso, tudo não passa de performance efêmera.

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    Marcos Thompson

    outubro 20, 2025 AT 00:16

    O arranjo de “Paula e Bebeto” incorporou técnicas de contraponto que enriquecem a textura harmônica, trazendo um frescor ao clássico. A utilização de vozes juvenis adiciona camadas timbrais que, combinadas com a orquestra, criam um panorama sonoro híbrido. Essa fusão de elementos se alinha à tendência contemporânea de cross-over entre música popular e erudita.

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    João Augusto de Andrade Neto

    outubro 21, 2025 AT 04:03

    É lamentável que muitas instituições ainda considerem a música popular como secundária. A cultura popular merece respeito e investimento continuado. Sem compromisso, esses eventos serão apenas exceções.

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    Vitor von Silva

    outubro 22, 2025 AT 07:50

    Ao enaltecer a obra de um ícone como Milton, a Unicamp reforça a importância de preservar o patrimônio musical. Contudo, é preciso lembrar que a verdadeira homenagem está na transmissão desse legado às novas gerações. A ação prática é o que realmente conta.

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    Marcelo Mares

    outubro 23, 2025 AT 11:36

    Esse tipo de evento tem o poder de transformar a percepção dos estudantes sobre a música, mostrando que ela pode ser ao mesmo tempo arte e ferramenta social. Quando os jovens veem profissionais consagrados no mesmo palco, eles reconhecem que o caminho que trilham tem voos possíveis. Além disso, a diversidade de canções selecionadas cria um panorama histórico que ajuda a contextualizar a evolução da MPB. A participação ativa do público, mesmo enfrentando o frio, demonstra a força do vínculo emocional com as canções. Também é inspirador observar como a organização conseguiu integrar estudantes do Instituto de Artes, ampliando a experiência prática. É fundamental que a Unicamp mantenha esse ritmo, investindo em novos ciclos de homenagem. Assim, a música continua viva, pulsante, e acessível a todos.

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    Fernanda Bárbara

    outubro 24, 2025 AT 15:23

    O evento foi bem organizado e trouxe muita energia ele mostrou que a música tem poder de unir a galera sem dúvidas o público respondeu muito bem

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    Leonardo Santos

    outubro 25, 2025 AT 19:10

    Alguns acham que tudo isso é apenas marketing institucional, mas atenção: existe uma rede de interesses que pode ser mais obscura do que parece. A celebração pode servir como fachada para desviar olhares de questões internas. De qualquer forma, a música continua sendo a força unificadora.

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    Leila Oliveira

    outubro 26, 2025 AT 22:56

    É extremamente gratificante observar tais iniciativas que promovem a valorização da cultura nacional. A participação de estudantes evidencia um compromisso educacional que excede os limites tradicionais do ensino. Ademais, a escolha de repertório demonstra sensibilidade artística e respeito ao legado do artista homenageado. Esperamos que tais projetos continuem a prosperar, fomentando o diálogo entre academia e sociedade.

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    luciano trapanese

    outubro 28, 2025 AT 02:43

    Vamo celebrar mais vezes assim! A Unicamp tem tudo pra ser referência nacional em concertos gratuitos e inclusivos. Continuem assim, que o Brasil agrade.

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