David Lynch: O mestre do surrealismo que mexe com a sua mente

Se você acha que cinema é só história linear, ainda não conheceu David Lynch. O diretor combina imagens oníricas, sons perturbadores e narrativas que fogem da lógica. O resultado? Obras que ficam grudadas na cabeça, como um quebra‑cabeça que você tenta montar sem saber se tem todas as peças.

Lynch nasceu em 1946, nos EUA, e começou como pintor. Essa bagagem visual explica por que cada cena parece uma pintura em movimento. Ele usa cores fortes, luzes que criam sombras estranhas e enquadramentos que parecem tirados de um sonho. Não é coincidência que ele seja apontado como referência por fotógrafos, músicos e designers.

Filmes que definiram o estilo

O primeiro grande sucesso foi Eraserhead (1977). O filme, com seu cenário industrial e sons de bebês distorcidos, já mostrava a obsessão de Lynch por criar mundos desconfortáveis. Depois vieram Blue Velvet (1986) e Mulholland Drive (2001), duas obras que misturam mistério policial com emoções à flor da pele. Em Blue Velvet, o contraste entre a cidade pacata e os segredos obscuros do subúrbio virou referência para quem quer explorar o lado sombrio da aparente normalidade.

Além dos longas‑metragem, Lynch brilhou na TV com Twin Peaks. A série, lançada em 1990, mudou a forma como a televisão contou histórias: misturou suspense, humor ácido e um elenco de personagens excêntricos. O famoso “O que aconteceu com Laura Palmer?” virou um marco cultural, provando que o público aceita – e ama – respostas incompletas.

Por que o público ainda se liga

O charme de Lynch está na ambiguidade. Ele nunca entrega todas as respostas, o que faz o espectador continuar pensando, debatendo e, às vezes, pesquisando teorias. Essa camada extra cria uma comunidade de fãs que compartilham interpretações, o que mantém os filmes sempre relevantes.

Outro ponto forte é a trilha sonora. Colaborações com o compositor Angelo Badalamenti dão à obra sons que ficam na memória, como o icônico tema de Twin Peaks. A música, assim como a imagem, funciona como personagem.

Para quem quer começar a entender o universo de Lynch, o caminho mais simples é assistir a Mulholland Drive e depois maratonar Twin Peaks. Depois, vale explorar os curtas‑metragem menos conhecidos, como The Grandmother (1970) e Dune (filme inacabado, mas que mostra sua visão de ficção científica).

Resumindo, David Lynch não é só um diretor; ele é um criador de atmosferas que desafiam a lógica cotidiana. Se você curte histórias que provocam, que deixam rastros na memória e que convidam à reflexão, vale a pena mergulhar no mundo dele. E lembre‑se: nem tudo precisa fazer sentido – às vezes, o mistério é o que realmente importa.

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David Lynch, aclamado diretor cinematográfico, revelou ter começado a fumar aos oito anos e agora enfrenta grave enfisema, necessitando de oxigênio suplementar para realizar atividade simples como caminhar. Apesar de não se arrepender de seu hábito, usa sua história como alerta para que outros abandonem o fumo, destacando os riscos fatais dessa prática. Sua condição agora o faz temer sair de casa devido à Covid-19.