Pesquisa Eleitoral: o que é, como funciona e como usar a informação

Se você acompanha notícias de política, já deve ter visto números aparecendo como "Público prefere X a Y" ou "Intenção de voto mudou 5 pontos". Essas são pesquisas eleitorais, e entender o que está por trás desses números pode mudar a forma como você vê a corrida pelas urnas.

Como são feitas as pesquisas?

Primeiro, uma empresa especializada (como Ibope, Datafolha ou Ipsos) monta a amostra. Eles escolhem pessoas de diferentes idades, regiões e classes sociais para representar o eleitorado brasileiro. Não é só jogar um questionário na rua; a seleção segue critérios estatísticos para que a amostra reflita a diversidade do país.

Depois, os pesquisadores ligam ou enviam pesquisas online, geralmente entre 1.200 e 2.000 entrevistados, dependendo do tamanho da amostra. Cada entrevista dura poucos minutos e inclui perguntas sobre preferência de candidatos, avaliação de governo e questões de políticas públicas.

Todo esse trabalho gera uma margem de erro, que costuma ficar entre 2 e 3 pontos percentuais. Isso significa que, se a pesquisa mostra 30% de intenção de voto para um candidato, o valor real pode estar entre 27% e 33%.

Como ler os resultados?

Ao ver o número na tela, pergunte a si mesmo: quem fez a pesquisa? Qual foi a data de coleta? Se a pesquisa foi feita há duas semanas, os números podem já ter mudado. Também veja a margem de erro; se dois candidatos estão a 1 ponto de diferença, a corrida ainda está muito apertada.

Outro ponto importante é observar a tendência. Compare a mesma pesquisa ao longo do tempo: se o candidato A subiu 4 pontos nas últimas três semanas, isso indica um impulso que pode continuar. Mas cuidado com picos repentinos; às vezes, um debate ou escândalo gera mudanças temporárias.Além da intenção de voto, as pesquisas costumam trazer a avaliação de governo. Esse dado ajuda a entender se o eleitor está satisfeito ou quer mudar de direção, e pode influenciar a decisão de voto mais do que a preferência direta por um candidato.

Por fim, lembre-se de que as pesquisas não são previsões exatas, mas ferramentas de apoio. Elas mostram o clima do momento e ajudam partidos e candidatos a ajustar estratégias, mas o voto final ainda depende da decisão de cada cidadão no dia da eleição.

Então, da próxima vez que vir um número de pesquisa, siga estas dicas: verifique a fonte, a data, a margem de erro e a tendência. Assim, você vai entender melhor o cenário político e evitar conclusões precipitadas.

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A mais recente pesquisa eleitoral do instituto Real Time Big Data, divulgada em 16 de setembro, mostra que Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Pablo Marçal seguem empatados na corrida para a prefeitura de São Paulo. A pesquisa, realizada antes de um debate acalorado na TV Cultura, entrevistou eleitores entre 13 e 14 de setembro e revelou que nenhum candidato conseguiu se destacar claramente.