A Justiça de Santa Catarina decidiu pela prisão preventiva dos influencers Ianka Cristini e Bruno Martins, suspeitos de envolvimento em um esquema de fraude com o jogo online Fortune Tiger. A decisão foi baseada no risco de fuga do casal, que adquiriu um imóvel em Orlando, nos Estados Unidos. Além disso, a medida visa evitar novos delitos e a destruição de provas, com a apreensão de bens de luxo.
Prisão preventiva: tudo o que você precisa saber
Se você já ouviu falar de prisão preventiva e ficou na dúvida, está no lugar certo. Vamos explicar de forma simples o que é, quando pode ser usada e quais são os direitos do acusado.
O que é prisão preventiva?
A prisão preventiva é uma medida cautelar que o juiz pode aplicar antes da condenação definitiva. Ela serve para garantir que o processo siga sem problemas, como evitar que o réu fuja, que atrapalhe as provas ou que cometa novos crimes.
Quando o juiz pode decretar?
Não dá pra usar a prisão preventiva de qualquer jeito. A lei exige alguns requisitos: o juiz precisa achar que há risco concreto de fuga, risco à ordem pública ou à instrução criminal, ou ainda que o crime seja grave e tenha certeza de autoria. Se essas condições não estiverem presentes, a medida pode ser considerada abusiva.
Além disso, a prisão preventiva só pode ser mantida enquanto durar o processo, ou até que um dos requisitos deixe de existir. Se, por exemplo, o suspeito já ficou sem contato com a justiça por muito tempo, o juiz deve reavaliar a decisão.
É importante lembrar que a prisão preventiva não substitui a pena. Ela é apenas um meio de garantir que o processo seja concluído de forma segura.
Direitos do acusado
Mesmo preso preventivamente, o indivíduo tem garantias previstas na Constituição. Ele tem direito a defesa técnica, a ser informado dos motivos da prisão e a ser julgado em tempo razoável. Caso a prisão seja considerada ilegal, ele pode pedir a liberdade imediatamente.
Outro ponto que costuma gerar dúvidas é a diferença entre prisão preventiva e prisão temporária. A prisão temporária tem prazo máximo de 5 dias (ou 15, em casos especiais) e serve especificamente para a coleta de provas, enquanto a preventiva pode durar até o fim do processo, desde que os requisitos continuem presentes.
Se o juiz entender que a medida não é mais necessária, ele pode revogá‑la a qualquer momento. Essa decisão pode ser contestada por recursos ao tribunal, que analisará se a prisão ainda atende aos requisitos legais.
Como evitar abusos?
Para impedir que a prisão preventiva seja usada de forma indevida, a defesa deve, desde o início, apontar a falta dos requisitos exigidos. Argumentos como “não há risco de fuga” ou “já há muitas provas que garantem a instrução” costumam ser efetivos.
Além disso, o Ministério Público e a defesa podem solicitar a concessão de medidas alternativas, como fiança, monitoramento eletrônico ou comparecimento periódico em juízo. Essas alternativas evitam que o réu fique preso enquanto o processo corre.Em resumo, a prisão preventiva é uma ferramenta importante, mas que deve ser usada com critério. Conhecer os requisitos, os direitos do acusado e as alternativas disponíveis ajuda a garantir que a medida seja justa e necessária.
Se você ou alguém que conhece está passando por essa situação, procure um advogado especializado em direito penal. Ele vai analisar o caso, verificar se a prisão cumpre os requisitos legais e, se necessário, entrar com recursos para a libertação.
Ficar bem informado é o primeiro passo para proteger seus direitos e garantir um processo justo.