Washington Olivetto, um dos maiores nomes da publicidade brasileira, faleceu aos 73 anos, deixando um legado de campanhas que marcaram a cultura do país. Conhecido por trabalhos icônicos como 'Garoto Bombril' e 'O Primeiro Sutiã', Olivetto começou sua carreira aos 19 anos e acumulou mais de 50 Leões em Cannes. Co-fundador da W/Brasil, ele também foi dirigente no Corinthians e autor de vários livros.
Campanhas Icônicas: o que faz uma propaganda ficar na memória
Quando você pensa em uma propaganda que nunca sai da cabeça, provavelmente vem logo à mente um jingle, um slogan ou uma imagem que ficou marcada. Esse tipo de ação de marketing não acontece por acaso. São campanhas que conseguem conectar emoção, necessidade e criatividade de forma simples e direta.
O objetivo aqui é mostrar, de forma prática, o que transforma um anúncio comum em algo que atravessa gerações. Não importa se você trabalha em uma grande agência ou está tentando divulgar o seu próprio projeto: entender esses pontos pode mudar o resultado das suas ações.
O que torna uma campanha icônica?
Primeiro, a mensagem tem que ser clara. Se a pessoa não entende o que está sendo vendido ou o que se pretende mudar, a campanha não vai longe. Quando a ideia é simples, ela se espalha mais rápido.
Segundo, a emoção conta muito. Uma boa campanha mexe com sentimentos – alegria, nostalgia, orgulho. Por isso, marcas que contam histórias reais ou criam situações que o público reconhece ganham ponto extra.
Terceiro, a consistência é chave. Quando um slogan, um visual ou um som se repete ao longo do tempo, o público associa aquilo à marca de forma automática. Pense no “Just Do It” da Nike ou no “Melhor do Brasil” da Ambev.
Quarto, a campanha precisa ser adaptável. Uma ideia forte pode ser usada em diferentes canais – TV, redes sociais, outdoors – sem perder a força. Essa flexibilidade garante que a mensagem chegue a quem está em cada plataforma.
Exemplos que continuam influenciando
Um clássico global é o “Think Different” da Apple. A campanha mostrou que a tecnologia pode ser usada por criativos, não só por técnicos. O visual preto e branco combinado com figuras como Albert Einstein criou uma identidade instantânea.
No Brasil, a campanha da Coca‑Cola de Natal com o caminhão vermelho é outro exemplo. Todo ano, a família se reúne para assistir à iluminação, e a marca vira símbolo de festa. Isso demonstra como a tradição pode ser usada para criar apego.
No esporte, a Copa do Brasil 2025 trouxe verniz de campanha nas fases finais, usando o conceito de “clássicos regionais”. O próprio anúncio reforçou o orgulho das torcidas e fez com que o torneio ganhasse mais atenção nas mídias sociais.
Várias marcas de moda também investem em storytelling. Quando lançam coleções, contam a história por trás das peças, ligando o consumidor à origem do produto. Isso cria valor além do preço.
Se você quer aplicar essas lições, comece revisando sua mensagem principal. Pergunte: o que eu quero que as pessoas sintam ao ver meu anúncio? Depois, escolha um elemento visual ou sonoro que possa ser repetido em todas as peças. Por fim, teste a ideia em diferentes formatos para garantir que funciona em tela pequena, no rádio ou no outdoor.
Ao seguir esses passos, suas campanhas têm mais chances de se tornar icônicas e de gerar resultados consistentes ao longo do tempo.