Literatura Sul-Coreana: o que torna essa leitura tão envolvente?

Se você ainda não deu uma chance aos escritores da Coreia do Sul, está perdendo histórias que misturam tradição e modernidade de forma única. A literatura coreana consegue ser ao mesmo tempo profunda e acessível, abordando temas como identidade, família e o impacto da tecnologia na vida cotidiana. Neste texto, vamos mostrar por que vale a pena explorar esse universo e indicar alguns autores que são essenciais para quem quer começar.

Por que ler literatura sul-coreana?

Primeiro, a escrita coreana tem um jeito direto de capturar emoções. Muitas obras são curtas, mas carregam sensibilidade que prende o leitor logo nas primeiras linhas. Além disso, a história recente da Coreia – guerras, ditadura e boom econômico – fornece um pano de fundo rico para personagens complexos. Isso faz com que cada livro seja quase uma aula de cultura sem parecer um manual.

Outro ponto forte é a variedade de gêneros. De romances históricos que recriam a Dinastia Joseon a ficções distópicas que lembram o clima de cidades superpopuladas, há opções para todos os gostos. E se você curte séries de TV, vai notar que muitos sucessos internacionais se inspiram em obras literárias coreanas, o que ajuda a conectar o que você lê com o que já assiste.

Principais autores que você deve conhecer

Han Kang – Conhecida mundialmente por "A Dança da Morte", Han mistura poesia e horror para criar narrativas que questionam a condição humana. Se gosta de livros que provocam reflexão profunda, o trabalho dela é um ótimo ponto de partida.

Kim Young-ha – Autor de "I Want to Go to the Ice Cream Store Soon", Kim traz humor ácido e críticas sociais ao cotidiano de jovens urbanos. Suas histórias curtas são perfeitas para quem tem pouco tempo, mas quer sentir o ritmo frenético das grandes cidades.

Park Wan-suh – Representante da geração que viveu a Guerra da Coreia, Park escreve sobre famílias em busca de reconstrução. Seu romance "Elefante" exemplifica como memória coletiva pode ser transformada em literatura cativante.

Shin Kyung-sook – A vencedora do Man Booker International, com "A Lâmpada em Chila», mostra a vida de uma mulher humilde que luta contra o machismo da época. O estilo simples e direto de Shin faz a leitura fluida e empática.

Cho Nam-joo – Autora de "Pachinko", que narra a saga de uma família coreana na Coreia e no Japão, aborda questões de identidade e migração. O livro se tornou best‑seller mundial e garante que você entenda como a literatura pode cruzar fronteiras.

Esses nomes são apenas a ponte de entrada. A cena literária coreana está em constante mudança, com novos talentos surgindo a cada ano. Fique de olho nas premiações locais, como o Premio Dong-in, para descobrir vozes emergentes.

Para começar a ler, procure versões traduzidas em português em livrarias ou plataformas digitais. Muitas editoras brasileiras já lançaram edições de obras coreanas, então a disponibilidade está mais fácil do que você imagina. Se preferir, experimente audiobooks; a pronúncia coreana dos nomes e lugares pode tornar a experiência ainda mais autêntica.

Ao mergulhar na literatura sul-coreana, você não só enriquece seu repertório de leitura, mas também ganha uma nova perspectiva sobre um país que tem muito a oferecer além do K‑pop e dos dramas. Boa leitura!

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A escritora sul-coreana Han Kang, conhecida por sua prosa poética e intensa, foi a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura 2024, anunciado pela Academia Sueca. Com obras que exploram traumas históricos e a fragilidade da vida humana, Han já havia obtido reconhecimento internacional com seu romance 'A Vegetariana' e continua a surpreender com sua capacidade de inovação narrativa.